quarta-feira, 30 de abril de 2008

Autora de 'Divã', Martha Medeiros estréia 'De mim que tanto falam' no Teatro do Jockey


As várias facetas da mulher contemporânea com seus sucessos e fracassos são mostradas no espetáculo "De mim que tanto falam", que estréia nesta terça-feira no Teatro do Jockey.
Baseada em textos da consagrada autora gaúcha Martha Medeiros, da consagrada "Divã" e colunista Revista do Globo, a peça traz ao palco as atrizes Cristina Mayrink e Daniela Olivert, da companhia Os F... Privilegiados.

Com direção de Paula Sandroni, o projeto tem supervisão geral de João Fonseca e foi contemplado com o Prêmio Funarte de Teatro Myriam Muniz / 2007. Idealizadora do projeto, Cristina Mayrink poderia levar ao palco um monólogo, mas achou mais divertido convidar outra atriz para contracenar com ela. A escolhida foi Daniela Olivert, com quem está acostumada a trabalhar há mais de 10 anos.

A peça é descrita como uma "comédia lírica", em que o público pode rir e se emocionar com questões femininas do dia-a-dia. Segundo Cristina, "as personagens se criticam, entram nos papéis umas das outras, filosofam, comentam seus sucessos e fracassos, desejos, sonhos e escolhas, encontros e desencontros com humor, irreverência e lirismo. Elas se reinventam e nos fazem enxergar que nada está fechado e imóvel e que, portanto, as alternativas e possibilidades femininas são infinitas".

E Daniela avisa: "Mas não é só um papo de mulher. É um ótimo programa para os homens que querem conhecer melhor a mulher", completa Daniela. A direção é de Paula Sandroni e a supervisão geral é de João Fonseca.

DE MIM QUE TANTO FALAM Texto: Martha Medeiros. Supervisão: João Fonseca. Direção: Paula Sandroni. Com Cristina Mayrink e Daniela Olivert. Teatro do Jockey: Rua Mário Ribeiro 410, Gávea - 2540-9853. Ter e qua, às 21h. R$ 20. 50 minutos. Até 26 de março. 12 anos.


Fonte: O Globo Online

sexta-feira, 2 de março de 2007

Comunidade no Orkut



"Quem de mim você quer"


Essa comunidade é para quem assistiu e gostou do espetáculo "Quem de mim você quer", com idealização e produção de Cristina Mayrink, direção de Isabel Cavalcanti e textos de Martha Medeiros, com as atrizes Cristina Mayrink e Juliana Guimarães. Para você que é um apreciador das poesias e crônicas de Martha Medeiros e é também um admirador das artes cênicas, vai amar o espetáculo "Quem de mim você quer".

"De mim que tanto falam
Quero que reste o que calei
Que tanto rezam por mim
Quero que fique o que pequei
De mim, que tanto sabem
Quero que saibam que não sei".

por Denise de Freitas


quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

Falando em Poesia

É com prazer que apresento a excelente atriz Cristina Mayrink que vem há alguns anos aperfeiçoando a “A Arte de Dizer Poesias”. A esta talentosa artista e amiga, solicitei que contasse um pouco de sua trajetória.

A ARTE DE DIZER POESIAS

SOBRE TRABALHOS ANTERIORES
Em 1999 montei o espetáculo de poesias contemporâneas Esta Língua Será da Alma Pra a Alma com textos poéticos de Antonio Cícero, Alberto Pucheu, Caio Meira e Sérgio Nazar David, poetas que começaram a publicar formalmente a partir de 1990.
Fui capturada pelo caráter instigante das vozes inquietas desses poetas que falam lindamente e sabiamente sobre “existirmos a que será que se destina”.

DA ESCOLHA
O critério de escolha das poesias foi inteiramente subjetivo pois o que sigo é o que me liga, o que ouço, o que vejo na obra destes poetas: a paixão, o irracional, o romantismo, a loucura, a melancolia, o refinamento, a sensualidade, o suor, a vida, a morte, a dança, a música, o coração.

1º SUCESSO
Fiquei em cartaz durante dois meses no Satchmo Bar numa temporada bastante prestigiada por um público eclético que assistiu a uma composição de cenas vivas e não convencionais com músicas compostas especialmente pelo Maestro Chiquinho Rota que misturavam-se e articulavam-se à minha voz e ao meu corpo em movimento.

O COMEÇO DO NAMORO
Minha ligação com a poesia vem desde os tempos em que fazia minha formação técnica como atriz na CAL – Casa das Artes de Laranjeiras lendo textos de Fernando Pessoa, Manuel Bandeira, Ferreira Gullar, Pablo Neruda, Vinícius de Moraes, Florbela Espanca, Cecília Meirelles e muitos outros. e foi se estreitando ao longo desses anos através de encontros poéticos com vários autores, entre eles Jorge Luiz Borges no evento Um Século Borgeano na escola Letra Freudiana em 1999, Chico Buarque de Hollanda no espetáculo Versos de Hollanda realizado na livraria Letras e Expressões de Ipanema em 2000, com Carlos Drummond de Andrade no Tributo a Drummond realizado em homenagem ao centenário de seu nascimento no Teatro Glória com direção de Antônio Abujamra em 2002 e mais recentemente, neste ano de 2003, no evento Leitura dos Grandes Dramaturgos/Poetas dentro do projeto Tudo é Teatro liderado pela atriz Giulia Gam no Leblon Lounge no Rio Design Center, ao lado de Xuxa Lopes, Camila Pitanga e outros.

O QUE DIZEM OS POETAS
O poeta Octávio Paz diz que : “poesia é uma arte de minorias, mas tão necessária”.O escritor Lodovic Janvier diz que : “a palavra é o único poder possível para o ser em perda”.

DESEJO DE CONTINUAR
É daí que nasce o meu desejo de realizar novos espetáculos de poesia significativamente íntimos onde se descubra motivações escondidas nas palavras e se revele a densidade da experiência humana, a pequena centelha de vida que acende e dá a intensidade necessária a uma atuação viva, para citar também e de novo Peter Brook.Poder levar para a cena a voz dos poetas é consequência do desejo que tenho como artista de encontrar e expor minha própria voz. É acreditar que é sempre bastante fértil ouvir línguas quentes e afiadas. é acreditar que é preciso investir na circulação da poesia a fim de ampliar o público leitor deste gênero artístico.

Cristina Mayrink

Cristina muito obrigada por este artigo tão bonito sobre esta arte de dizer que você domina como ninguém. Conte comigo quando precisar, é uma honra trabalhar com uma artista tão talentosa. Beijo carinhoso, Marília.

"Esta língua será da alma para a alma"


Conheci Cristina Mayrink quando fui entrevistada para o Jornal do Professor da TV Manchete, pelo trabalho que realizava no Centro de Tecnologias Educacionais da Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro, o projeto Uso dos Meios de Comunicação Social na Escola, em que trabalhava a leitura crítica da mídia na educação e a interatividade em propostas pedagógicas com rádio e televisão. Ela era a repórter atenta que vinha me fazer perguntas inteligentes. Eu, a educadora ávida pela transformação do mundo. Agora, mudando circunstancialmente de posições eu, entrevistadora e poeta, me defronto com a atriz que encena poesia em palco aberto pra vida, de onde vou lançando minhas perguntas.

Amélia Alves Entrevista

- Cristina, a expressividade do texto, sua velha conhecida, te leva à poesia. Por que caminhos?

- Pelo caminho da língua, que é mistério e chave. Na minha trajetória, essa abertura se deu com o jornalismo como você tão bem destacou, quando fui entrevistá-la , mas o enigma me lançou em direção aos textos dramáticos , possibilitando que o meu desejo me conduzisse a ser atriz.

- Seu projeto de vida inclui mais do que interpretar textos poéticos ou essa é a sua forma de também fazer poesia?

- Meu projeto de vida se baseia em deslocamentos,em buscas, em sempre abrir caminhos através da arte que é o que me interessa. Eu sou uma e, portanto, minha relação é com a língua em todas as suas formas de manifestação artística. Eu já atuei no teatro em textos de Nelson Rodrigues, Bertolt Brecht, Jacinto Benavente, Jean Genet; já apresentei na televisão programas onde narrei a história da arte, das religiões, já fiz novelas e, nesse momento, produzi e atuei no espetáculo Esta Língua será da alma para a alma, onde o texto é a poesia.

- Há muito que dizer por aí, a palavra dos poetas na sua boca. Quando começou isso? Que poetas te inspiraram? Quais poemas você encena e que textos te encarnam?

- De fato, fui capturada pelas vozes inquietas desses poetas maravilhosos que são Alberto Pucheu, Sérgio Nazar David, Antônio Cícero, Caio Meira e Heitor Ferraz . Anteriormente, já havia participado de algumas leituras de poesias, ma , o que me motivou a criar o espetáculo Esta língua será da alma para a alma foi o desejo que tive de ouvir, de escutar minha voz através dos arranjos das palavras instigantes criadas por eles.

- Fale um pouco de seus poetas favoritos e da opção pela poesia, em sendo hoje atriz?

- Eu me identifiquei completamente com a escrita de Alberto Pucheu, Antônio Cícero, Caio Meira, Sérgio Nazar David e Heitor Ferraz. Eles têm um estilo tão próprio e particular de construir o texto que me interessa muito, pois, é o que procuro no meu trabalho de atriz – ser uma atriz autoral, criadora e não uma repetidora de formas e efeitos. Eu sempre fui levada pela tentação da linguagem . Portanto...