É com prazer que apresento a excelente atriz Cristina Mayrink que vem há alguns anos aperfeiçoando a “A Arte de Dizer Poesias”. A esta talentosa artista e amiga, solicitei que contasse um pouco de sua trajetória.
A ARTE DE DIZER POESIAS
SOBRE TRABALHOS ANTERIORES
Em 1999 montei o espetáculo de poesias contemporâneas Esta Língua Será da Alma Pra a Alma com textos poéticos de Antonio Cícero, Alberto Pucheu, Caio Meira e Sérgio Nazar David, poetas que começaram a publicar formalmente a partir de 1990.
Fui capturada pelo caráter instigante das vozes inquietas desses poetas que falam lindamente e sabiamente sobre “existirmos a que será que se destina”.
DA ESCOLHA
O critério de escolha das poesias foi inteiramente subjetivo pois o que sigo é o que me liga, o que ouço, o que vejo na obra destes poetas: a paixão, o irracional, o romantismo, a loucura, a melancolia, o refinamento, a sensualidade, o suor, a vida, a morte, a dança, a música, o coração.
1º SUCESSO
Fiquei em cartaz durante dois meses no Satchmo Bar numa temporada bastante prestigiada por um público eclético que assistiu a uma composição de cenas vivas e não convencionais com músicas compostas especialmente pelo Maestro Chiquinho Rota que misturavam-se e articulavam-se à minha voz e ao meu corpo em movimento.
O COMEÇO DO NAMORO
Minha ligação com a poesia vem desde os tempos em que fazia minha formação técnica como atriz na CAL – Casa das Artes de Laranjeiras lendo textos de Fernando Pessoa, Manuel Bandeira, Ferreira Gullar, Pablo Neruda, Vinícius de Moraes, Florbela Espanca, Cecília Meirelles e muitos outros. e foi se estreitando ao longo desses anos através de encontros poéticos com vários autores, entre eles Jorge Luiz Borges no evento Um Século Borgeano na escola Letra Freudiana em 1999, Chico Buarque de Hollanda no espetáculo Versos de Hollanda realizado na livraria Letras e Expressões de Ipanema em 2000, com Carlos Drummond de Andrade no Tributo a Drummond realizado em homenagem ao centenário de seu nascimento no Teatro Glória com direção de Antônio Abujamra em 2002 e mais recentemente, neste ano de 2003, no evento Leitura dos Grandes Dramaturgos/Poetas dentro do projeto Tudo é Teatro liderado pela atriz Giulia Gam no Leblon Lounge no Rio Design Center, ao lado de Xuxa Lopes, Camila Pitanga e outros.
O QUE DIZEM OS POETAS
O poeta Octávio Paz diz que : “poesia é uma arte de minorias, mas tão necessária”.O escritor Lodovic Janvier diz que : “a palavra é o único poder possível para o ser em perda”.
DESEJO DE CONTINUAR
É daí que nasce o meu desejo de realizar novos espetáculos de poesia significativamente íntimos onde se descubra motivações escondidas nas palavras e se revele a densidade da experiência humana, a pequena centelha de vida que acende e dá a intensidade necessária a uma atuação viva, para citar também e de novo Peter Brook.Poder levar para a cena a voz dos poetas é consequência do desejo que tenho como artista de encontrar e expor minha própria voz. É acreditar que é sempre bastante fértil ouvir línguas quentes e afiadas. é acreditar que é preciso investir na circulação da poesia a fim de ampliar o público leitor deste gênero artístico.
Cristina Mayrink
Cristina muito obrigada por este artigo tão bonito sobre esta arte de dizer que você domina como ninguém. Conte comigo quando precisar, é uma honra trabalhar com uma artista tão talentosa. Beijo carinhoso, Marília.